FAROL DA BARRA (MUSEU NÁUTICO)

Na ponta onde se situa o Farol da Barra, está a divisa entre a Bahia Atlântica e a sua enseada, o seu Recôncavo. Do Farol pra fora, o mar aberto; dali pra dentro a mansa lâmina de água, o mar interior que os indígenas chamavam de Kirimurê 
17/04
Na ponta onde se situa o Farol da Barra, está a divisa entre a Bahia Atlântica e a sua enseada, o seu Recôncavo. Do Farol pra fora, o mar aberto; dali pra dentro a mansa lâmina de água, o mar interior que os indígenas chamavam de Kirimurê  e que o navegador italiano Américo Vespúcio, o primeiro a visitá-la em 1o de novembro de 1501,chamou de Baía de Todos os Santos. Em torno a ela se organizou um núcleo demográfico original e surgiram belas cidades coloniais, a mais importante delas, a cidade do Salvador da Bahia, capital administrativa, portuária e militar do Brasil até o final do século XVIII.
O açúcar e o fumo se tornaram produtos destacados da exportação brasileira e nas suas atividades agrícolas e industriais trabalhavam milhares de pessoas. Índios, inicialmente, negros e brancos cujo envolvimento suscitou o surgimento dos primeiros brasileiros. No Recôncavo da baía, portanto, esses primeiros brasileiros constituíram suas atividades econômicas, organizaram seus festejos, desenvolveram sua cultura material e espiritual, tudo indissoluvelmente ligado ao mar e as atividades marítimas. Os mais importantes núcleos populacionais se estabeleceram próximos ao mar e aos rios que integram o conjunto hídrico da baía. O mar e os rios eram fontes de alimentos, os barcos os meios de transporte de mercadorias e pessoas. Nesse espaço sócio ecológico bordejado pela Baía de Todos os Santos nasceu a sociedade brasileira.
A geografia, a história, a antropologia e a cultura do Recôncavo têm por tudo isso, destacado lugar no acervo do Museu Náutico da Bahia e uma mostra permanente reconstitui essa trajetória até os dias atuais.
A carreira militar de um santo baiano
País de forte inclinação católica, o Brasil se acostumou, desde cedo, a conviver com a presença da Igreja em todas as esferas de sua vida social. No comércio, na literatura, na política e até nas forças armadas a Igreja se fez presente, direta ou indiretamente. É o que atesta a adoção como primeiro padroeiro da cidade de Salvador e a patente militar, no grau de soldado, concedida à imagem do Santo Antônio do Forte da Barra em meados do século XVII, elevado a capitão em 1705.

A curiosa nomeação militar de Santo Antônio é uma evidência da presença marcante da Igreja na vida cultural e da popularização que o catolicismo viveu na sociedade baiana. O Santo, quer dizer, a sua imagem, que ganhou promoções e vencimentos correspondentes durante séculos, só teve seu soldo cassado em 1912, quando já detinha o posto de tenente-coronel.
Anualmente o Museu Náutico da Bahia realiza a tradicional Trezena de Santo Antônio, de 01 a 13 de junho, período no qual a comunidade local se reúne no Forte para louvar e agradecer às bênçãos recebidas, em grande confraternização, homenageando àquele que foi o primeiro padroeiro da cidade.
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